Observação prévia: isto é uma mera opinião. Cada um poderá ter uma opinião diferente.
Depois de um primeiro olhar, reparo que três deles foram leituras obrigatórias: o Amante, Aparição e o Gato Malhado e a Andorinha Sinhá. É deste último que me vem o trauma com o português do Brasil.
Ainda em relação às leituras obrigatórias, em 32 com cinco estrelas, cinco foram leituras obrigatórias da escola.
"Hoje não", de José Luís Peixoto, foi o único livro que li dele, e sinceramente pareceu-me uma coisa sem sabor. Toda a gente diz maravilhas do homem, mas eu sinceramente, depois desta experiência, não tenho grande vontade de voltar a tentar...
"Não há coincidências" e "Sei lá" são dois romances feministas de MRP. Para mim, feminismo é o género feminino de machismo, pelo que o feminismo é tão reprovável como o machismo. E nestes livros, MRP coloca uma tónica de mulheres emancipadas que não precisam de homens para nada e que são boas como tudo. Não gostei, simplesmente. Talvez porque sou gay... LOL
"O Amor é Fodido" é fodido de ler. Depois de algumas risadas, o livro não passa muito do "minha puta, minha vaca". Este é a exceção que não consegui acabar de ler, e em quem perdi a esperança de algum dia conseguir...
"Trás-os-Montes" é outra coisa estranha, em que o argumento anda todo muito no ar e não se percebe grande coisa. É uma história que começa a meio e que fica a meio quando o livro acaba. Foi um prémio qualquer, e eu tenho uma fraca relação com prémios, da qual este livro foi o expoente máximo.
"A Regra de Quatro" é um livro que podia até ser um romance erótico gay, pelo título, mas que na verdade é uma espécie de Dan Brown altamente secante. Passa-se numa universidade qualquer norte-americana e é simplesmente horrível de se ler.
Por fim, "O Segredo do Senhor Ninguém" é um grande segredo. Tão secreto, que apesar de já o ter lido há uns anos, lembro-me de ter acabado de ler o livro e não ter percebido um cuzinho de qual era o segredo do homem. É considerado um livro de jovens, contudo, serão jovens muito eruditos, para o conseguirem perceber...
E agora pergunto: qual o pior livro que alguma vez leram? (é uma simples opinião, claro está)
Dos que constam na foto, só li o "Aparição". É enfadonho, de facto. Mas, em que país estudaste? É que nenhum desses livros foi de leitura obrigatória no meu secundário...
ResponderEliminarO português do Brasil é uma variante da língua portuguesa tão válida quanto o português de Portugal. Tem algumas construções distintas devido ao seu processo de implantação na América, que em tudo foi distinto da evolução que a língua portuguesa sofreu por cá. É um dialecto mais rico, a meu ver, visto que sofreu a influência das línguas pré-coloniais, indígenas, às quais se somou o contributo das línguas dos escravos africanos, milhões, que Portugal traficou ao longo dos séculos.
O português do Brasil mantém ditos e entoações que se perderam na ex-metrópole. Aliás, vários estudos demonstram de que se Cabral voltasse mais facilmente entenderia um brasileiro. É um processo que se verifica nas colónias, independentemente do país colonizador. Por estarem distantes do centro dos impérios coloniais, são mais conservadoras, fenómeno que se verifica no português do Brasil. Eles abrem as vogais, pois abrem, e nós também abríamos. O português de Portugal sofreu umas mutações no século XVIII. Os espanhóis abrem as vogais, os italianos também... Nesse ponto, nós é que mudámos, não significando isto que eles não divergiram. Claro que sim.
O livro mais chato que já li foi o "Eurico O Presbítero" do Alexandre Herculano. Um de outros.
O "Eurcio o Presbítero" li as primeiras 20 páginas e parei. Não consegui ler mais, daí nem sequer constar aqui.
EliminarAgradeço a elucidação sobre a evolução fonética. Desconhecia, e estamos sempre a aprender. contudo, como sou um velho do restelo, não gosto de ler em português do Brasil, como não gosto de ver filmes dobrados em português do Brasil ou com legendas em português do Brasil. Mas tenho boas relações com os brasileiros. Já trabalhei com vários...
Mark António, o meu ano foi o último antes de uma reforma qualquer nos cursos de secundário de carácter geral e o penúltimo no ensino básico. Daí ser possível não conheceres nenhum deles. A Aparição foi no 12.º, e foi substituído pelo Memorial do Convento. "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá" foi no 8.º ano. O Amante foi leitura obrigatória, mas em Francês. Contudo, eu li o livro em Francês e em Português e consegui não perceber nada. É completamente intragável.
Assim de repente, lembro-me que nunca consegui acabar o Ulisses do James Joyce, nem o Pêndulo de Foucault do Umberto Eco, nem Nas Tuas Mãos, da Inês Pedrosa... shame on me! :D
ResponderEliminarJoão Maximo, com exceção do "Amor é fofido", eu terminei todos os livros desta lista.
EliminarContudo, eram todos eles muito mauzinhos... Para mim, pelo menos, que o que é bom para mim, pode não ser para ti :)
não acabaste o Pêndulo de Foucault? eu gostei muito :). destes nunca li, nem sequer o JA. Eurico, o Presbítero, foi um martírio no secundário e ainda hoje nunca mais lhe toquei. em casa tenho 'a visão de túndalo por eça de queirós', de Miguel Real, que comprei no circulo de leitores há uma data de anos. só li as primeiras páginas, e não gostei nada. ainda no outro dia estive a folhear, tentando criar coragem, mas não, nada. depois, também fiquei a meio de 'o chão que ela pisa, 'de Salman Rushdie, aquilo não atava nem desatava. já não pego nele há uns 8 anos...
ResponderEliminarnunca dei 1 estrela no GR, acho que nem 2 dei. quando deixo um livro a meio fica por lá pendurado e não o classifico.
És uma pessoa muito querida Margarida. Por não quereres dar classificações negativas :)
EliminarNão, Margarida, engasguei-me com o Pêndulo de Foucault e parei ao fim de umas dezenas de páginas... mais tarde voltei a tentar, e voltou a encalhar... foi há muitos anos, pelo que não sei o que se passaria hoje... como tu gostaste, deste-me alento para voltar a tentar! :D
ResponderEliminarO "gato malhado" não é o melhor livro de jorge amado, então talvez seu trauma com o nosso portugues brasileiro possa ser curado ainda! tente um RUBEM ALVES ou a nossa CLARICE LISPECTOR, talvez sejam uma boa cura... quanto aos outros, infelizmente não conheço nenhum! nenhum deles foi LEITURA OBRIGATORIA por estas bandas! abs!
ResponderEliminarHá mesmo quem diga que, atualmente, o escritor mais sofisticado e surpreendente do português é o brasileiro RUBEM FONSECA.
EliminarPor acaso tenho aqui um de Rubem Fonseca, que comprei enganado (não sabia que era português do brasil). Contudo, o argumento prendeu-me e estou a pensar lê-lo. Pode ser que seja a cura :)
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
EliminarOlha que ele há coincidências... ehehehe
EliminarDepois avisa se ficaste curado.
Darei notícias sim, João máximo!
Eliminaresqueci-me de mencionar que sim, não gostei, desculpa se melindro, de 'O Lustre' de Clarice Lispector. este, sim, custou imenso a entrar e coloquei de parte depois de ler ainda umas dezenas de páginas. lá está, na estante fotografada, do lado esquerdo :p
ResponderEliminarnão li o Rubem Alves, mas li o Rubem Fonseca, adorei 'Agosto'.